VÍDEO: Produção de doces em engenho centenário de Cajazeiras resiste ao tempo e recebe visitantes todo ano
No sítio Riacho do Meio, a moagem de cana de açúcar, prática secular herdada pelos antepassados, é uma atividade coletiva que acontece uma vez por ano e envolve amigos, familiares e vizinhos
Uma tradição nordestina já dura mais de 100 anos na comunidade rural Riacho do Meio, no município de Cajazeiras, no Alto Sertão da Paraíba.
No Riacho do Meio, a moagem de cana de açúcar, prática secular herdada pelos antepassados, é uma atividade coletiva que acontece uma vez por ano e envolve amigos, familiares e vizinhos.
Todo ano a comunidade trabalha nas plantações com muito esforço e orgulho do que fazem. A moagem é uma das etapas da produção de doces tipicamente nordestinos, como a rapadura, a batida, o alfenim, a garapa e o mel da cana de açúcar.
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Com mais de 30 pessoas trabalhando, o engenho recebe visitantes vindos de todas as partes do Sertão, da capital e até de outras cidades para registrar a tradição sendo mantida.
Francisco Gilvan dá detalhes do passo a passo do trabalho, desde o corte da cana, o transporte em animais, a moagem e a produção final dos doces. “O corte ocupa quatro cortadores de cana. Na parte do cambito, o transporte em burros, estamos usando cinco cambiteiros e uma média de sete burros transportando pra cá. O dia anterior é só pra encostar a cana. A gente Moi, mas eles continuam trazendo cana pra nós quebrar aqui no engenho”, conta o agricultor.
Francisco Pereira, o Pioca, que também começou a trabalhar no engenho ainda criança, destaca a importância da parceria com a associação da comunidade para manter o engenho funcionando e recebendo centenas de visitas.
“Antes do meu avô falecer, foi passada uma parte para a associação. Daí a gente vem mantendo ele até quando puder. A gente moi e paga 10% pra associação pra manter o engenho”, explica.
Depois de morar por muito tempo em São Paulo e João Pessoa, Mislene voltou a participar da moagem na sua comunidade sertaneja. Ela aproveita para deixar uma mensagem contra o preconceito aos nordestinos e convida as pessoas a conhecerem e participarem da moagem no engenho do sítio Riacho do Meio.
“Às vezes as pessoas têm preconceito dos nordestinos, mas essa comunidade é um lugar muito lindo de se viver, onde todo mundo se reúne e trabalha todo ano na cana de açúcar. A mensagem que eu deixo é que as pessoas venham conhecer e participar da moagem.”
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